sábado, 5 de janeiro de 2008

"Viver é muito perigoso"

Gildásio. Nordestino, nascido, crescido e vivido em Umbuseiro dos Santos, sertão da Bahia. Casado com Ioleide, leva uma vida monótona, até quando Deus concede Sua graça sobre o casal e Grazielle está prestes a chegar. Nasce a luz da vida, a que envolve Gildásio com amor incondicional, o que nunca na vida experimentou ter, ou sentir.
Alguns meses depois, Grazielle com seu quase um aninho, decidem que vão a São Paulo. Viagem á propósito de visitar Olinto, irmão de Ioleide. A partir daqui descobriremos Gildásio. Não a máquina, mas o ser humano por si só.
Viagem longa, expectativa grande, afinal, não são algumas horas, são demorados e inesquecíveis dois dias. No ônibus, tudo ocorre bem, a não ser a ansiedade de Gildásio, que por dentro é explosão, só quem sabe é ele e mais ninguém. Começa a mudar de estado, vegetação diferente, clima novo, Gildásio, apesar de quieto, observa tudo a sua volta, nem sequer piscava, até porque, aquilo tudo era novidade, idealização, que não passava da curiosidade pós-Jornal Nacional diário. Às vezes cochilava, mas acordava logo, observava a filha e a esposa, e novamente tudo ao seu redor.
Finalmente a chegada á São Paulo, capital.
- Minha nossa!
A preocupação era visível, o medo então, nem se fala. Logo viram Olinto, que estava à sua espera. Saindo da rodoviária, a caminho da casa de seu cunhado, a vontade de perguntar, questionar era tamanha, mas a sua insegurança era maior, permanecia calado. Comentava somente o necessário, informações sobre a viagem, e nada mais.
Chegado a casa, recebe uma surpresa. Não havia dito, mas era seu aniversário. Para ele, sem muita importância, afinal, o que ia mudar? Mas como tradição paulistana, um bolinho para comemorar e o parabéns são indispensáveis.
Tamanha foi a surpresa, que outra saída não havia a não ser ficar parado, olhando a sua volta.
- Não precisava se encomodar não, Deus lhe pague. Tô muito emocionado, nunca tinha acontecido isso comigo, muito obrigado mesmo.
Humilde de coração, se via ali as palavras mais sinceras, emoção tão grande, só com um simples ato, que para nós é totalmente normal.
Segundo dia de descoberta. Explosão, euforia, curiosidade, expectativa, mundo novo a ser decifrado. Sentimentos escondidos, mas reais.
Logo cedo, iam todos ao supermercado. Gildásio e Ioleide colocam roupas especiais, afinal era um SUPERmercado, não a mercearia a que estavam acostumados. Atravessando a rua, o menos esperado acontece, Gildásio se distrai e é atropelado. Um grito antes da morte o libertou, era isso que faltava.
Quem pode dizer que viver não é perigoso? Todos nós estamos sujeitos aos perigos, sejam os mais simples, que seja só o perigo de sentir, ou de saber, mas somos vulneráveis a isso, queiramos nós, ou não.
Esse texto de desenvolve de uma cena congelada, do momento do acidente pelo qual eu, Mariane, passava. Gildásio me envolveu de uma forma esplêndida, me deparei observando aquele ser, sua vinda á São Paulo, Ioleide me contou, a partir daí mergulhei nessa vida, decifrei-a.


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08/11/07
Não continua, por falta de espaço.
O professor mala de redação, cortou meu barato!

Um comentário:

Anônimo disse...

legal a historia gostei.crismacleiton