quinta-feira, 23 de junho de 2011

Porque a parceria supera a distância

Acordar e pensar logo no truque pra tirar o cheiro do cigarro impregnado na roupa da noite passada; colocá-las no cabide e expô-las ao sol. Gesto simples que fez lembrar da pessoa que me ensinou o jeito de atender tefelonemas de madrugada, da maneira como lidar com os pais quando pedir pra sair, do lanche depois da balada, da roupa adequada, das bebidas prediletas e tantas outras mínimas coisas que se leva da juventude.

Sobre essa pessoa que compartilhou momentos de choro e de riso, muito mais riso, aliás, é que dedico esse texto.

Parece-me que há pessoas que se fazem ser escolhidas para além do vínculo sanguíneo. Até porque, família não se escolhe mesmo, mas tem uns que seriam escolhidos ainda que não tivessem parentesco, é disso que falo.

É aquela pessoa que merece ser a primeira a saber das loucuras que acontecem longe dela, porque em algum momento ela também estava lá dividindo situações semelhantes. Nisso consiste a pessoa digna de estar presente em quase todos os dias da minha vida, principalmente os sábados. Ela sempre surge em pensamento e faz bater aquela saudade.


Queria poder escrever todos os sábados que já vivemos juntas.



"todo dia de manhã é nostalgia das besteiras, das besteiras e das besteiras que fizemos ontem" (o teatro mágico)

terça-feira, 7 de junho de 2011

sobre colher os frutos da preguiça

Procuro uma frase que expresse minha alma. Mas é tão difícil quanto decifrar esse estado de espírito. Passa Los Hermanos, Hilda Hilst, Teatro Mágico, Caio Fernando Abreu, Gabriel Garcia Marquez e nada, nada escreve esse tormento. Uma hora a ficha teria que cair, e está caindo. Meu irmão diz que ainda é tempo, que não é tarde para se organizar e se reponsabilizar pelos compromissos. Meu corpo pede cama, calma, cama, calma, silêncio, carinho, abraço, chocolate, coca-cola, música alta, casa sozinha, incenso no banho.
A realidade me chama pro chão, para as provas, trabalhos, fichamentos, artigos, aula, ponto de ônibus, despertador. Foi esse fardo o escolhido para carregar nos próximos 3 anos.
E aqui vou, sem cansaço porque não tenho direito a isso. Ócio então, às vezes tem um peso maior na consciência do que a bebedeira do sábado.

Aqui vou eu, no paradoxo de ser.. ser humano..