quinta-feira, 21 de junho de 2012

Deixastes um vão

Devo confessar, ao menos a mim mesma, que sinto sua falta.
Não sinto rancor, ressentimento, mágoa, ódio, tristeza.. apenas falta. 
A saudade que me dá é da tal esperança que você, de uma forma surpreendente, me contagiava. Você me lembrava de acreditar na vida, ou melhor, adreditar nas pessoas, porque afinal, são por elas que vale a pena. Era também por você.
Aproximação espontânea e quase institiva nos levaram pra dentro um do outro, foi como um reconhecimento de almas. Identificação inexplicável, mas extremamente palpável, sensitiva. Nossos cinco sentidos sabiam da intensidade dessa relação.
O que quero dizer é que eu tenho sentido falta. De rir até doer a barriga, de ficar em silêncio e de te olhar, te olhar nos olhos e saber exatamente o que você está pensando, e entender você até de longe.
Dói e corrói-me ver que pessoas como você, dessas queria ao meu lado, como meu braço direito, capitão do meu time, estão distantes. No entanto, ao mesmo tempo, pela sensibilidade que nos tocou um dia, tenho a plena certeza de que você também sente. Seria impossível negar, porque nós sabemos o que significa reconhecimento de almas. 
As lágrimas que escorrem do meu rosto são tão instáveis e contraditórias quanto a vida, ou pelo menos a minha, a nossa. Lágrimas que representam a saudade, que percebem tua ausência nas manhãs de segunda-feira, são as mesmas lágrimas que me aconselham a seguir, e aceitar que pessoas são como o vento, vêm e vão.
Você foi mais uma dessas pessoas encantadas, daquelas raras, que passam pela nossa vida, deixam um pedaço delas, levam um nosso, e vão (...)
Entreguei-me a ti como entregaste a mim. E dessa troca levarei comigo as mais belas, sinceras e intensas lembranças.

Que a verdade prevaleça.

terça-feira, 19 de junho de 2012

A semana de prova

Hoje está sendo um típico dia foda.
Escrevo no claro por ser a cor que vejo tudo, meio neblinado, meio confuso. Claro que o clima tem seu peso nisso, por ser um dia chuvoso e frio. No entanto, cabe nele tambem o alívio de ver o pôr do sol de outono, tão lindo, com pausa na chuva.
É um dia atípico, aliás. Daquele que foge do seu controle emocional e racional. Que você não faz nada direito, nem uma coisa nem outra. E fica assim, de um lado pro outro, sem se encontrar, sem encontrar ninguém.
O motivo não sei, mas creio ser o prazo.
O prazo pra prova, o prazo pra entrega do trabalho, o outro, e mais o outro, e fazer prova daquilo que você se quer estudou. 
Esse é um dos dias que você se arrepende de ter dormido a tarde, mesmo sabendo o prazer que isso te dá.
Esse seria o dia de me arrepender das tardes que troquei o estudo por música, por poema.
O que me estranha é que o arrependimento com o desespero não veio, e isso tá me estranhando. Eu devia estar, devia estar desesperada.
Dessa vez parece que não vai dar certo, não é possível que passe tudo isso. Mas quando penso, lembro que toda semana de prova é assim. Esse pensamento de que "dessa vez não passa". Mas paaaassa, claro que passa.


Veremos.

domingo, 3 de junho de 2012

Sobra tanta falta


Era disso ,
Era disso que eu estava precisando.
Algo que chocasse com a minha realidade,
Com meu mundinho colorido.
Algo em preto e branco que me fizesse chorar
Fizesse-me perder o chão,
Sentir que não é possível compartilhar a dor do outro,
Mas que é possível sentir perto, sentir de perto que está tão longe.
É tão paradoxo quanto é viver.
Dane-se a coerência da minha vida,
O que me importa agora é importar-se menos comigo.
Que meu choro não seja por meus míseros problemas,
Mas que o sentido de viver esteja, e realmente esteja,
No outro.


[Natália/CACAM]