terça-feira, 6 de dezembro de 2011

É preciso estar aberto!

O fato é que hoje foi um dia digno de ficar registrado. Pressupondo que este é um lugar carregado de sentidos, então, devem ser descritos dias como esse, cheio de energia positiva.
Hoje Mariah sentiu-se viva. Porque quem vive sofre, chora, vê, sente pulsar.
Na rua, pediu um suco pra viagem que, por não caber em um, acabou levando em dois copos. Ao passar por um jovem senhor mal vestido sentado na calçada resolve lhe oferecer um dos copos, mas passou reto. Ao repensar, pára, volta em direção a ele e pergunta: "O senhor aceitaria um presente meu?", ele com um sorriso um pouco temeroso responde rápido: "Claro". Mariah então, observando que os que passam olham desconfiados, entrega-lhe o copo, deixa uma parte dela ali com um sorriso espontâneo. É por isso que se vive, pelas pessoas. O que fica é a satisfação de Mariah ao lembrar da frase clichê mais verdadeira que conhece: "Você é aquilo que faz quando ninguém está vendo."
As horas passam e, já em casa, um tio chega em casa e a família se reúne na sala. Conversa vai, conversa vem, até que Mariah em ato de desespero desperta um prantos. Lágrimas escorrem sobre seu rosto junto com uma voz de choro expondo seus sentimentos, seus machucados que teimam a cicatrizar. Numa construção de afeto e muita compreensão a sala se enche de amor e o que antes era choro se transforma em alegria. Porque expor fraqueza é privilégio. Uma cena que com certeza ficará pra sempre no coração dos presentes. Que presente foi esse momento. O que fica é a impressão de que falta em toda família um reconhecimento do outro, daquele que está ao lado, almoçando, dormindo, vivendo junto. Ainda que esteja perto, muitas vezes estão distantes uns dos outros. Reconhecer uma falta proporcionou a Mariah perceber um amadurecimento genuíno, um crescimento, um avanço no processo que se propôs, o de aprofundar relacionamentos.
É preciso estar aberto e ir além, é preciso estar disposto.

domingo, 16 de outubro de 2011

À uma amiga mais chegada que um irmão

Biri querida, num domingo chuvoso de outubro você acendeu uma chama que estava quase se apagando. Digo em dois sentidos, ou podem ser duas chamas também, como preferir.

Uma foi ouvir novamente o primeiro CD do Los Hermanos. Quanto tempo não ouvia e como me fez bem relembrar uma época muito boa que vivi, a qual essas músicas foram a trilha sonora.

A segunda, e mais importante chama, foi de pensar em você, minha amiga. Você que fazia questão de parar pra conversar comigo, cultivar a amizade todas as semanas. Quanta diferença você fez na minha vida. Foi uma fase de tantas mudanças, e você fez parte delas. Claro, minhas escolhas eram sempre aconselhadas pela sua experiência, pelas suas orações, pelas conversas e direções sempre sábias que você me passava com tanta delicadeza.

Você foi aquela irmã mais velha que sabia as rédias que eu precisava. E que bom, sinceramente, que eu soube te ouvir. Hoje colho frutos das escolhas que fiz naquela época, tanto bons quanto ruins. E os bons, sem dúvida, tem uma parcela de participação sua.

Quero aqui nesse cantinho tão especial que é o blog, que você acompanhou (e acompanha, tenho certeza) há tanto tempo, expressar minha gratidão à sua amizade. Ela que foi construída em bases sólidas, e que até hoje, mesmo tão distante de você, sinto um sustento. Digo isso no sentido de ter confiança que, qualquer perrengue que eu passar, ou que você passar, estaremos juntas.

Minha querida, agradeço de todo meu coração por tanto aprendizado que tive quando estava perto de você. Com certeza, você foi a pessoa que em menos tempo de convivência eu mais aprendi. Faltam-me palavras, sinto muita falta das suas broncas, do seu abraço, do seu carinho, do seu cuidado comigo. Sinto falta das palavras surpreendentes que você tinha. Lembro muito disso, você nunca falava o que eu esperava, você sempre, sempre me surpreendeu. E assim, me cativou.

Birilinha, te amo como uma irmã. Irmã em Cristo, como você é pra mim.

Escrevo esse texto com lágrimas nos olhos, lágrimas de felicidade, por ter cruzado o meu caminho essa pessoa tão maravilhosa que é você, Ane.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O que tem me consumido numa segunda-feira

Chico é um cara bom. Bom porque chega em hora certa, lugar certo, e na medida certa. Noites como essa são dignas de serem apreendidas no íntimo do ser. Isso significa que são momentos que devem ser guardados, e que, além de guardados, muito mais aproveitados. Aproveitados no sentido de serem absorvidos, absorvidos pelo espírito.
Que segunda-feira singular.
Aproveito pra declarar o estado encantador que tenho vivido. O mundo encantado que tenho descoberto.. São as amigas presentes, a casa em harmonia, o bosque que me ensina a respirar e meditar, as corridas que me dão fôlego, as músicas que me movem, o insenso no silêncio, a paz de espírito, a presença dele..
É tempo de valorizar as pequenas coisas. Pequeninas, singulares, particulares e com tanto significado.


Minha melhor e mais linda companhia:
Chico Buarque e Caetano Veloso - Tatuagem/Esse Cara
http://www.youtube.com/watch?v=TB6Cpy-X7A8

terça-feira, 23 de agosto de 2011

(sob)re o cuidado de Deus


O sorriso que trago no rosto reflete a harmonia em que passo o dia de hoje. É incrivelmente maravilhoso reconhecer o cuidado de Deus sobre a vida de seus filhos, e mais ainda em saber que me incluo nisso. O fato é que de alguma maneira foi permitido um mergulho na angústia para que, ao amanhecer, sobreviesse a graça divina, mais uma vez renovada como prometida.
O banho quente, o vidro embaçado, a fumaça do incensário e a música tocando fizeram meu corpo entrar em sintonia com a mente, efeito disso, meu espírito está em paz.
Resultando numa reflexão um tanto quanto satisfatória sobre o cuidado, o cuidado divino, o cuidado que não falha, a tal da paz que excede todo entendimento humano, percebo a verdade de que nenhuma folha cai da árvore sem que Deus permita. Estou em paz.
Até a inspiração para que volte uma prática tão linda quanto escrever, que outrora havia perdido, aflora. Aflora não por força própria, mas pela simplicidade como as coisas têm fluído no caminho que tenho trilhado; elas acontecem naturalmente, como devem ser.
Depois da corrida o corpo pede banho. O banho pede calma. A calma, a calma, acalma.


"Ainda não fazem pessoas de algodão
Ainda não fazem pessoas que enxuguem

suas próprias
mágoas"
(cícero)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

direito a ter direito

eu quero ter o direito à irracionalidade.
quero sentir o cheiro do incenso penetrando minha mente, e que essa sensação seja permanente. e, se nao for permanente, que pelo menos esse instante reflita no meu emocional o resto do dia.
quero acordar cedo e aproveitar o que a manhã tem de melhor a me oferecer, sejam flores, sol ou ar puro, quero sentir o gosto da manhã.
quero horas infinitas de sono, até que me canse de descansar.
eu quero o gosto da paixão, que me faça perder a cabeça, fazer loucura, quero perder a razão.
o que desejo é encontrar sentido no que me faz viver, e , infelizmente, parece que a razão não me deixa ser livre.
eu tenho esse direito?

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Porque a parceria supera a distância

Acordar e pensar logo no truque pra tirar o cheiro do cigarro impregnado na roupa da noite passada; colocá-las no cabide e expô-las ao sol. Gesto simples que fez lembrar da pessoa que me ensinou o jeito de atender tefelonemas de madrugada, da maneira como lidar com os pais quando pedir pra sair, do lanche depois da balada, da roupa adequada, das bebidas prediletas e tantas outras mínimas coisas que se leva da juventude.

Sobre essa pessoa que compartilhou momentos de choro e de riso, muito mais riso, aliás, é que dedico esse texto.

Parece-me que há pessoas que se fazem ser escolhidas para além do vínculo sanguíneo. Até porque, família não se escolhe mesmo, mas tem uns que seriam escolhidos ainda que não tivessem parentesco, é disso que falo.

É aquela pessoa que merece ser a primeira a saber das loucuras que acontecem longe dela, porque em algum momento ela também estava lá dividindo situações semelhantes. Nisso consiste a pessoa digna de estar presente em quase todos os dias da minha vida, principalmente os sábados. Ela sempre surge em pensamento e faz bater aquela saudade.


Queria poder escrever todos os sábados que já vivemos juntas.



"todo dia de manhã é nostalgia das besteiras, das besteiras e das besteiras que fizemos ontem" (o teatro mágico)

terça-feira, 7 de junho de 2011

sobre colher os frutos da preguiça

Procuro uma frase que expresse minha alma. Mas é tão difícil quanto decifrar esse estado de espírito. Passa Los Hermanos, Hilda Hilst, Teatro Mágico, Caio Fernando Abreu, Gabriel Garcia Marquez e nada, nada escreve esse tormento. Uma hora a ficha teria que cair, e está caindo. Meu irmão diz que ainda é tempo, que não é tarde para se organizar e se reponsabilizar pelos compromissos. Meu corpo pede cama, calma, cama, calma, silêncio, carinho, abraço, chocolate, coca-cola, música alta, casa sozinha, incenso no banho.
A realidade me chama pro chão, para as provas, trabalhos, fichamentos, artigos, aula, ponto de ônibus, despertador. Foi esse fardo o escolhido para carregar nos próximos 3 anos.
E aqui vou, sem cansaço porque não tenho direito a isso. Ócio então, às vezes tem um peso maior na consciência do que a bebedeira do sábado.

Aqui vou eu, no paradoxo de ser.. ser humano..

domingo, 22 de maio de 2011

Minh'alma

“Minh`alma tem sede de Ti, ó Deus”

Alma que tem sede de Deus tem compaixão e ama o próximo.

Alma com sede de Deus não passa por um andarilho indiferente.

Alma com sede de Deus se compadece da criança no sinal.

Alma que tem sede enxerga a desgraça do mundo.

Alma que tem sede não se alegra nas coisas terrenas, mas nas eternas.

Alma sedenta chora com os que choram.

Alma que anseia por Deus compartilha a dor.

Alma que tem sede não se contenta em dar bom dia.

Não se contenta com “Deus abençoe”.

Alma sedenta quer mais, quer se aproximar, quer ajudar, quem sentir, tocar.

Alma sedenta toca.

Alma sedenta não se conforma com indiferença.

Alinhar à esquerda


"Alma ai! Minh' Alma
Diz-me quem eu sou
Alma ai! Minh' Alma
Diz-me para onde vou" (Mariza)