quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Ego, pra que te quero

Parece tão difícil falar de você mesmo, até se escreve na terceira pessoa, causando uma impessoalidade consigo mesmo. Talvez porque a tendência seja fugir, fugir do encontro, do confronto, da descoberta de si.
As horas correm, os dias passam, e a batalha é para que eu diminua, faz parte do propósito. Propósito tal que se refere a mim, a minha pessoa, ao meu caráter, aos meus sentimentos, que acrescenta ou destrói, mas interfere em mim, somente em mim.
Escrevo por reservar e dedicar um espaço especialmente pro meu ego, que tento o tempo todo evitar. É aqui, neste tempo e espaço que me permito falar de mim, sem que canse o ouvido de alguém, sem me tornar egoísta (sabendo que o egoísmo se expressa em relação ao outro, quando exposto à realidade). Por isso me liberto aqui, e somente aqui, a voar pro meu interior, onde me encontro, onde sinto, onde está o pulsar, o viver.
Hoje especialmente tenho muito a dizer. Dizer que estou feliz, satisfeita com a minha vida, com meus amigos, com meu dia-a-dia, com a minha família, com as músicas que ouço, com a minha determinação, com a minha consciência, com o meu sorriso. Estou feliz por compreender que meu estado de espírito não inibe a sensibilidade crítica, que não me impede de enxergar as injustiças, não coloca uma venda nos meus olhos impossibilitando que eu veja a realidade como ela é, com toda indiferença, insatisfação, sofrimento e dor. Ao contrário, essa plenitude me impulsiona a ousar, a me entregar à luta com ânimo, com perseverança e, principalmente, com esperança. Percebo que esse estado de espírito pode contagiar, pode influenciar e pode sim fortalecer o outro, pois tenho algo a oferecer, ainda que pouca coisa, existe essência transbordando.
Aqui vou eu novamente falando do outro, e não de mim..

2 comentários:

pedro meinberg disse...

arrepiei mocinha! esse tema de "se mostrar" é o que mais venho pensando ultimamente, que mais vem trazendo mais calor à minha careca.

estou convicto de que toda essa sua alegria e crítica não pode ficar somente contigo. estou convicto também que mostrar essa alegria e crítica não é um ato egoísta! muito pelo contrário, pois acredito que egoísmo seria guardar toda a alegria e visão crítica com você.

assim, acho que precisamos cada vez mais nos expor nesse sentido! se consideramos, pelos nossos sentidos e pensamentos, que alguma coisa está errada e é triste, precisamos nos manisfestar! nossa maneira de se comportar e sentir o mundo também é política!!

nossa "ética" neste mundão pode ser uma "micro-maneira", uma "micro-arma" de resistência aos tantos tormentos, sofrimentos, desigualdades, violências e relaçoes de poder esparramadas por nosso espaço social.

sei das armilhas dessa posição e comportamento mais crítico (afinal, parece que ter vontade de transformar as coisas através da alegria e de uma "ética/comportamento crítico" neste nosso meio acadêmico é sinônimo de alienação ou arrogância), mas tudo tem lá seus prejuízos.

vamos unir forças! rsrs...

beijinhos.

ps. (ah, o texto que escrevi sobre isso: http://beusozinho.blogspot.com/2012/02/tenho-25-anos_11.html)

pedro meinberg disse...

colei errado o link truta, hihihi. o correto é este daqui: http://beusozinho.blogspot.com/2012/01/ensaio-sobre-autonomia-de-mim-mesmo.html